sábado, 17 de outubro de 2009

Destruição de um patrimônio cultural


O Calçadão de Londrina foi implantado em 1977 e originou-se da reurbanização das Praças Willie Davids, Marechal Floriano e Gabriel Martins, como projeto do arquiteto Jaime Lerner, que apesar dos seus tropeços políticos teve participação determinante na admiração que o Brasil tem pela qualidade de vida da capital do Paranaense e do estado como um todo.
E no dia 11/10/2009 me espantei com a notícia de que IPPUL pretende trocar o pavimento em Pedra Portuguesa (petit pavê ) por Bloquete (Paver), isso é um absurdo, delírio de algum tecnocrata sem um pingo de amor pela cidade de Londrina.
O traçado do calçadão de londrina faz parte da identidade da cidade, pensando em uma iconografia para o centro, lembraríamos imediatamente do desenho formado pela pedrinhas do petit pavê, é tão absurdo esta substituição como seria trocar o calçadão de Copacabana projetado por Burle Marx, por um monte de bloco de concreto cinza ( ou mesmo coloridos).
O calçadão já tem 32 anos, é lógico que precisa de reformas e de readequação do mobiliário urbano, luminárias, bancos, floreiras... Mas para isso não é necessário destruir um símbolo da cidade, o povo de Londrina precisa melhorar sua auto-estima, nos precisamos confiar em nossa competência arregaçar as mangas e trabalhar para consertar os defeitos que a cidade tem e parar de tentar destruir nossa cultura.
Os buracos que existem no petit pavê são fruto da idade do calçadão e de anos de falta de manutenção, qualquer outro tipo de pavimento estaria no mesmo estado sob estas condições. Cabe lembrar também, que sempre vai existir basalto (pedra que compõe o petit pavê) para recompor e dar manutenção no calçamento, já o bloquete, como o passar do tempo tem seu formato alterado, mudam-se as padronagem, se perde a formulação das cores e aí pronto, teremos no futuro ou uma manutenção mais cara ou um calçamento cheio de remendos malfeitos.
O petit pavê ou pedra portuguesa existe em grande parte do Rio de Janeiro, Nordeste do Brasil e Portugal, onde funcionam perfeitamente, então, será que o pavimento é ruim o está faltando competência na sua manutenção.


REFORMA SIM, DESTRUIÇÃO NÃO!


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